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A retrospectiva da corrupção politica no Brasil de 1985 a 2002





Retrospectiva da corrupção politica no Brasil da Nova República de 1985 a 2002 



                    Oi caro leitor, estamos vivendo mais um momento histórico para a nação com tantas manobras políticas que seguem nossos dias, é bastante clara a tentativa de amordaçar o conhecimento e eliminar das humanidades as ciências sociais, filosóficas e tudo mais que da ao homem qualquer posição autônoma de pensar compreender questionar e militar por seus direitos. Também não menos preocupante a questão dos empregos que estão se fechado a cada dia por conta do avanço tecnológico; já em outros momentos notamos o desrespeito para com a sociedade, pois não sou tão jovem, então tenho visto a olhos nus manobras, leis e decretos tendenciosos e tantas outras falcatruas que tão pouco apareceu na mídia aberta por pura tendenciosidade.







 Meu entendimento politico iniciou com as campanhas das diretas já em 1985, quando foi eleito não diretamente um presidente civil, “Tancredo Neves” (PMN) que misteriosamente não pode tomar posse, vitima de uma “doença grave” que o fulminou a queima roupa, então substituído pelo vice José Sarney (PMDB) antigo arena.




                     O 'dragão da inflação', expressão comum na época.
A inflação acumulada do ano de 1985 foi de 235,13%. Em fevereiro de 1986, o então presidente José Sarney lança o Plano Cruzado, o maior plano de estabilização econômica do país antes do Real. A moeda mudou de cruzeiro para cruzado; os preços, o câmbio e os salários foram congelados, foi instituído o gatilho salarial e a população iniciou uma cruzada contra os aumentos. Viraram os chamados 'fiscais do Sarney', Sucesso no início, a inflação recuou e os salários ganharam fôlego, mas a calmaria só durou nove meses. O país passou a enfrentar inclusive o desabastecimento, este que aconteceu por pura especulação e pressão dos grandes latifúndios que simplesmente segurou a produção pra forçar o aumento.
Em nova crise, o governo Sarney anuncia o Plano Cruzado 2, em novembro, dias depois das eleições. O novo Plano trouxe o fim do congelamento, o que elevou principalmente os preços das tarifas públicas e o Cruzado foi por agua abaixo de vez. No início de 1987,  o então ministro da Fazenda, Dílson Funaro, o pai do Cruzado, deixou o governo. Em seu lugar assumiu Luiz Carlos Bresser Pereira, que lançaria o plano que leva seu nome. De novo, viria o congelamento de preços e salários, por 90 dias. Naquele ano, a inflação anual atingiu 415,87%.
                   Em 1989, ocorreu uma nova tentativa. Depois de uma inflação de 1.037,53% em 1988, em janeiro é lançado o Plano Verão, capitaneado pelo então ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. Preços foram congelados, o cruzado perdeu três zeros e passou a se chamar Cruzado Novo. A inflação de 1989 chegou a 1.782.85%.
                         Então surgiu um homem “herói construído” que a mídia aberta liderada pela (tv globo) o transformou em celebridade rapidamente Fernando Collor Com boa aparência, um discurso carismático e o apoio financeiro do empresariado brasileiro, Collor se transformou na grande aposta da direita.
Atraindo apoio de diferentes setores da sociedade, inclusive apoio declarado da  tv Globo,  Collor prometia modernizar a economia promovendo políticas de cunho neoliberal e a abertura da participação estrangeira na economia nacional. Ao mesmo tempo, fazia discursos de orientação religiosa, se auto proclamava um “caçador de marajás” e alertava sobre os perigos de um possível governo de esquerda amedrontando os eleitores leigos com declarações fantasiosas de cunho ditatorial, No primeiro turno, a apuração das urnas deixou a decisão para um segundo pleito a ser disputado ente Collor e Lula. Mesmo tendo um significativo número de militantes durante seus comícios, a inabilidade do candidato do PT diante as câmeras acabou enfraquecendo sua campanha. De outro lado, Collor utilizou com eficácia o vantajoso espaço nas mídias a ele cedido. Com a apuração final, tais diferenças de proposta e, principalmente, comportamento garantiram a vitória de Fernando Collor de Melo.    que se candidatou apoiado pelo empresariado  com o discurso  e venceu as eleições de 1989 pelo partido (PRN) contra o candidato Luiz Inacio Lula (PT) e outros menores; incrível mas verdadeira farsa estratégica cometida naquela época foi quando um momento antes das eleições apareceu na mídia uma mulher “Miriam Cordeiro” dizendo ser ex amante do candidato que estava em segundo lugar (Lula)  deu uma declaração bombástica (paga pelo candidato Collor) conforme segue esta entrevista da revista Veja: Aquela edição afirma que houve, ―nos bastidores da eleição, uma  intrigado jogo de alianças políticas, cotoveladas pessoais, arrecadação de fundos para a campanha. Só que lentamente as tramas dos bastidores vieram à tona (VEJA, nº50, 1989:102). Entre os casos mencionados pela revista no texto, está justamente o uso do depoimento da enfermeira Mirian Cordeiro, agora “ex-namorada” de Lula, com quem ele teve uma filha; por Collor na reta final da campanha. De acordo com o texto, ―nesse depoimento, Mirian disse que Lula teria lhe oferecido dinheiro para abortar a menina e afirmou que o candidato do PT é racista  (VEJA, nº50, 1989:103). Veja destaca ainda que o depoimento, organizado por Leopoldo Collor – um dos principais assessores de Collor-, ―fez com que a jornalista Maria Helena do Amaral, também da assessoria do Collor, denunciasse o pagamento de 20.000 cruzados novos à enfermeira pelo relato  (VEJA, nº50, 1989:103). A matéria afirma que não há provas de que a história de Mirian seja verdadeira e que ela tenha recebido dinheiro, mas o texto indica que, pelo menos para dar entrevistas, a enfermeira chegou a cobrar. Ela pediu dinheiro para dar declarações pelos menos uma vez. Procurada pelo fotógrafo Antonio Milena, de VEJA, no início da semana passada, Mirian disse que concordaria em posar para fotografias caso recebesse da revista a quantia de 50 000  cruzados novos – e, por esse preço, ainda contaria mais detalhes se sua vida particular com Lula. ―”Por grana faço qualquer negócio, disse Mirian. ―Até posar nua”, completou. VEJA que não paga a entrevistado algum, recusou a proposta. (VEJA, nº50, 1989:103).  a mídia veiculou a noticia o dia todo anterior ás eleições o que entendo hoje que comoveu grande parte das eleitoras pesando a favor do candidato vencedor, após as eleições foi esclarecido o (engano) mas era tarde, pasmem no mesmo período um tempo depois alguns familiares  do interior de SP , vieram visitar a casa de meus pais, quando contaram assustados que um grupo de “petistas” havia ido nos sítios da vizinhança e no deles munidos de trenas e papeis para catalogar a região caso o PT ganhasse eles iriam dividir a casa deles com outras famílias de sem terra que era a reforma agraria, e por isso tinham votado no outro, “lamentei o ocorrido pois imagina o que não aconteceu por um pais tão grande e desigual com tantas pessoa simples acreditando em tamanha farsa” então em seguida o outro  (o caçador de marajá) Fernando Collor havia sequestrado todo o dinheiro investido nos bancos brasileiros  e estes mesmos parentes que votaram nele por medo do outro, perderam suas economias e até hoje... então notei o quanto a politica pode ser suja, corrupta, mentirosa e subversiva, mas pintei o rosto e fui pras ruas em 92 já bastante indignado de ver a barbárie de tantas privatizações vendendo nossas empresas a preço de banana para grupos  estrangeiros que a partir de então estaria a levar nossos lucros pra fora com a intenção de somente nos explorar, e na tentativa de aumentar a concorrência e baixar os preços abriu as portas do pais para a entrada de produtos estrangeiros (sem nenhuma precaução) ... foi bom? Acho que não pois acabou com a indústria nacional (que gera empregos internos) e por acaso os produtos chineses prestam? Sem falar no hormônio sintético dos plásticos deste país,  o (xenoestrógeno).
                             Os xenoestrogênios é produzidos em laboratórios. O problema  é que esse é um dos compostos que mais trazem riscos a saúde. Ele é fabricado a partir da reação entre o gás cloro e os hidrocarbonetos do petróleo e é utilizado em produtos químicos industriais de alta toxicidade, como o Bisfenol-A (BPA) – saiba mais em nossa matéria especial sobre o assunto -, o bisfenil policlorado (PCB), as dioxinas e os ftalatos.
Podemos encontrá-los nos mais diferentes lugares, de conservantes de alimentos a protetores solares, passando por inseticidas, pesticidas, preservadores de madeira, plásticos e detergentes. Garrafas pet, e vasilhas plásticas em geral. Ou do alho contaminado por chumbo e tantas outras mazelas proveniente do sistema neoliberal e a corrida por menores preços a qualquer custo visando a obtenção de mais lucro.
                           Após conseguirmos retirar aquele presidente (Fernando Collor) por Envolvimento em corrupção e em fraudes financeiras, tivemos uma sequência da manifestação popular dos Caras Pintadas, por consequência  o Senado votou na sua destituição do governo, resultando em 76 contra 03 votos. Neste período  o Brasil passou pelo aumento substancial da inflação,  fechamento de empresas e  desemprego, bem  como  confisco depósitos bancários que ultrapassassem a quantia de 50 mil cruzeiros.
                           O Caso PC Farias, após o irmão de Collor - Pedro Collor ter revelado publicamente provas do envolvimento do presidente neste caso de desvio de dinheiro o escândalo suscitou ainda mais a insatisfação e revolta dos brasileiros contra o presidente.
PC Farias, de Paulo César Farias foi o tesoureiro da campanha de Collor e durante o seu governo esteve muito próximo do presidente, tendo supostamente sido o seu testa de ferro. Neste esquema de corrupção; já na  a campanha de Collor ter usado  caixa 2, e milhões que foram desviados das verbas públicas através de criação de empresas fantasmas e contas no exterior.  Seu vise entrou no lugar, Itamar Franco (PRN), seu governo foi marcado por dois acontecimentos importantes na área política e econômica. Na área política,  aplicou o dispositivo constitucional que previa a realização de um plebiscito em que os eleitores brasileiros deveriam decidir qual o regime político (monarquia ou república) e qual a forma de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) o Brasil deveria adotar. A consulta popular ocorreu em abril de 1993, e o resultado das urnas confirmou a preferência da população pela permanência da república presidencialista. Ainda na área política, sob incentivo do Governo Federal, foi criada uma CPI para investigar denúncias de corrupção envolvendo irregularidades no orçamento da União. A CPI revelou o esquema de corrupção que ficou conhecido como o caso dos "anões do orçamento", uma referência a parlamentares, ministros e ex-ministros e governadores estaduais. Durante os trabalhos da CPI, o país ficou ameaçado de paralisia do processo legislativo. Houve até mesmo rumores de conspirações militares diante da crise parlamentar. Na área econômica o governo implementou o Plano Real. O Ministério da Fazenda havia sido ocupado por três ministros, porém, em maio de 1993, foi empossado no cargo o senador Fernando Henrique Cardoso, (sociólogo), que sob sua coordenação, lançou Plano Real que previa o controle inflacionário e a estabilização econômica. Para sua concretização e eficiência, o governo adotou medidas visando conter os gastos públicos, privatizar uma série de empresas estatais, reduzir o consumo com o aumento das taxas de juros e baixar os preços dos produtos por meio da abertura da economia a competição internacional. Em curto prazo, o Plano Real ocasionou a queda da inflação e o aumento do poder aquisitivo da população. Mas a longo-prazo, os economistas já previam um processo recessivo bastante acentuado que geraria enorme desemprego. Mas, enquanto isso não ocorria, o governo obteve expressiva popularidade. Foi nesta conjuntura política que foi articulada a candidatura oficial do senador e ministro Fernando Henrique Cardoso, para concorrer à sucessão presidencial de 1994. E acontece então o equilíbrio da economia, “seria em virtude do plano, ou este só tomou carona na estabilização monetária mundial” tendo em vista que no mesmo período o mundo se reorganizava com a queda do muro de Berlin o desmonte do socialismo a “glasnost” e a “perestroika” então o final dos anos 80 foi marcado pela queda do comunismo e o inicio dos anos 90 pela a instauração da  nova ordem mundial, (globalização) então o equilíbrio financeiro estabeleceu se no Mundo, mesmo porque não havia mais interesse da potencia capitalista em manter as moedas do terceiro mundo em desequilíbrio(balança financeira) para permanecerem em divida com seu credor já que a partir de então só havia uma força politica dominante, o capitalismo; então pra segurar seu plano real o então presidente começou a praticar a nova agenda e “Vender” nossas empresas dando (preferencia para estrangeiros) a preço de banana Entre as principais medidas políticas do governo FHC destacou-se a privatização de empresas públicas brasileiras com o objetivo de controlar o processo inflacionário. Assim, estatais como o Sistema Telebrás (empresa de Telecomunicações) o Banespa, a Companhia Vale do Rio Doce (empresa do setor de mineração e siderurgia) foram negociadas Partidos políticos como o PT, PDT e PSB questionaram duramente a política de privatização das empresas nacionais. A compra das empresas estatais ocorreu, sobretudo, por grupos estrangeiros, que faziam aquisição das ações ou compravam grande parte dessas, assim, tornavam-se sócios majoritários. Líderes partidários através da oposição tentaram mostrar que a venda de grandes empresas públicas era realizada para fins corruptivos e prejudicaria o crescimento econômico brasileiro. Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola foram as figuras da esquerda política que mais demonstraram oposição ao governo de FHC. O caso da vale do rio doce. Que valia 92 bi, e foi arrematada por uma bagatela de 3,3 bi.(f1,2) cercado de escândalos de corrupção este homem (FHC) privatizou  empresas estratégicas para a soberania nacional. Mesmo com sua política de privatização e a oposição de movimentos como o MST, o governo brasileiro conseguiu em 1997 aprovar uma emenda constitucional permitindo o direito de reeleição do presidente, dos governadores dos estados e dos prefeitos. O controle da inflação e a estabilidade do Plano Real, que foram os carros-chefes da política de FHC, favoreceram mais uma vitória nas urnas, levando Fernando Henrique a seu segundo governo, que foi entre os anos de 1999 a 2002, Não é a toa que tivemos o desastre de mariana em 05/11/2015 (f03), antes de ser privatizada  as empresas da vale, trabalhavam a um ritmo, após a privatização este ritmo triplicou já que o capitalismo é selvagem e predatório porém as represas de contenção não foram planejadas para o novo ritmo de deposição de dejetos, logo um acidente seria inevitável. Com 53% dos votos válidos, o político vitorioso tornou-se o primeiro presidente reeleito em dois mandatos consecutivos. O objetivo do novo mandato era de diminuir a dívida pública brasileira, que ultrapassava nesse período a cifra de 328 bilhões de reais.
Ao fim de seu primeiro governo (1995 – 1998), a dívida externa alcançou 30% de toda a produção interna do País (PIB). Além disso, a moeda brasileira estava num patamar elevado, em que 1 dólar valia 1 real, dificultando as exportações dos produtos brasileiros. Dessa forma, o processo de privatização foi visto como o vilão da economia brasileira, que estava endividada nos primeiros anos do século XXI.
Outros fatores foram preponderantes para o baixo crescimento econômico do Brasil, como as altas taxas de desemprego, que assolaram milhares de pessoas; e o alto índice de corrupção política, que desviou investimentos das áreas da saúde, educação, transportes etc. As ações corruptivas colocaram o Brasil nesse momento entre os países do mundo que possuíam os maiores níveis de desvios de verbas públicas.
A qualidade de vida foi outro reflexo dos problemas econômicos do país. As desigualdades sociais estavam alarmantes e o IDH (índice do desenvolvimento humano que mede a expectativa de vida da população, o grau de escolaridade, sanitárismo e renda per capita) do ano de 2001, da Organização das Nações Unidas, mostrou que o Brasil ocupava a 69° posição entre 162 países.
                       Os problemas foram se agravando com o aumento da má distribuição de renda, por todo o país. Grande parcela da população era pobre e possuía uma baixa renda econômica. Por outro lado, a minoria de ricos concentrava em suas mãos uma grande quantidade de poder econômico que acentuava os antagonismos sociais. Segundo um relatório da ONU de 1999, os 20% mais pobres do Brasil detinham apenas 2,5% da renda nacional, ao passo que os 20 % mais ricos possuíam 63,4%. 
A estagnação econômica também atingiu vários outros setores da sociedade durante os governos de FHC. Uma pesquisa realizada pela OMS  Organização Mundial da Saúde – revelou que os serviços da saúde pública brasileira eram piores do que os de alguns países periféricos, como Paraguai e El Salvador. Entre 191 nações, o Brasil ocupava a 125° posição em qualidade do sistema de saúde. Na América, o Brasil ocupou a 30° posição entre 35 países. O Brasil ficou em excessiva dependência do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo FHC foi responsável pela efetiva inserção do Brasil na política Neoliberal.
Dezoito anos antes do início das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou a ser alertado de que a Petrobras era palco de um escândalo de corrupção.
A informação é revelada pelo próprio ex-presidente da República no livro “Diários da Presidência – volume 1″, que será lançado no próximo dia 29.

Segundo o relato, narrado pelo jornal O Globo, a informação foi repassada a FHC por Benjamin Steinbruch, dono da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no dia 16 de outubro de 1996 – portanto, 18 anos antes da deflagração da primeira fase da Lava Jato, que descobriu o esquema de corrupção na estatal.



Manchetes  esbravejantes  por  dias  seguidos, com  sentenças  afirmativas  e duras, editoriais  indignados, nada disso  existia durante  os  oito  anos  do governo FHC. Buscando mostrar mais uma vez que  O Globo  tem apenas e tão somente  interesses   econômicos  e políticos, vamos dar um exemplo simples, acompanhando como o jornal tratou  um dos escândalos  mais claros  e comprovados da época  FHC, entre tantos  que ocorreram  na gestão tucana e foram jogados para debaixo do tapete. 


No dia 13 de maio de 1997, o jornal Folha de S. Paulo revelou a existência de uma fita de áudio com o diálogo entre o deputado federal Ronivon Santiago (PFL-AC) e interlocutores onde este confessava que vendeu o voto a favor da emenda que aprovou a reeleição de FHC por R$ 200 mil reais, o que em valores corrigidos pela poupança representa hoje mais de R$ 930 mil reais por voto. A votação havia sido realizada no dia 28 de janeiro e Ronivon cita o nome de outros deputados que do mesmo modo receberam o suborno, comentando ainda que “malas de dinheiro de empreiteiras e financiadores de campanha circulavam nas bancadas”
Como O Globo tratava os escândalos da era FHC II

O leitor mais novo deve estar achando que no dia seguinte (14/05) o jornal O Globo, intimorato defensor da moralidade, estamparia a manchete: “Gravação revela que governo comprou votos para a reeleição”, seguido de um editorial onde o PSDB era acusado de ter aparelhado o estado para se perpetuar no poder. Ledo engano, a manchete principal de O Globo no dia 14 foi “Novo Laudo Reforça a Tese de que Zuzu Angel foi assassinada”. Na capa o assunto da compra de votos é mencionado com a seguinte chamada: “Ronivon pode ter cassação sumária”, abaixo da chamada, o texto: “Decisão tomada pela cúpula do PFL tem apoio do Planalto e do Presidente da Câmara, Michel Temer”. Mesmo tendo que abordar um fato como este, O Globo conseguia colocar o governo FHC em um contexto positivo!

Como O Globo tratava os escândalos da era FHC III

Outro deputado, João Maia (PFL-AC), também aparece em gravação de áudio confirmando ter recebido os R$ 200 mil. Os detalhes que os dois parlamentares dão da operação de compra e venda dos votos é rico e incrimina diretamente Sérgio Motta, ministro de FHC e seu principal articulador político. Os dois deputados são expulsos do PFL (hoje DEM). Para os mais jovens terem uma ideia, ser expulso do PFL por corrupção é o mesmo que um nazista ser expulso da SS por crueldade e mostrava cabalmente que o suborno aconteceu de fato. No dia 15 de maio de 1997 como O Globo acompanhou o desenrolar dos acontecimentos? A manchete principal era: “Vandalismo faz FH
intervir na PM/DF”. Os vândalos em questão eram camponeses do MST. Ao lado da manchete principal finalmente uma chamada sobre o caso: “Comissão chama ministros e governadores para depor”
E mais...

O Brasil não esquecerá: os mais de 45 escândalos que marcaram o governo FHC

O documento "O Brasil não esquecerá - 45 escândalos que marcaram o governo FHC", de julho de 2002, é um trabalho da Liderança do PT na Câmara Federal de Deputados. O objetivo do levantamento de ações e omissões dos últimos sete anos e meio do governo FHC, segundo o então líder do PT, deputado João Paulo (SP), não é fazer denúncia, chantagem ou ataque. "Estamos fazendo um balanço ético para que a avaliação da sociedade não se restrinja às questões econômicas", garante. Leia:

Itinerário de um desastre
Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixará uma pesada herança para seu sucessor.
A taxa média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.
Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Esse ano, para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.
O texto que segue é um itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário neoliberal. Em alguns casos, a oposição, aproveitando-se de rachas na base governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado ainda mais dano aos interesses do povo.
Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.
Deputado João Paulo Cunha 
Líder do PT 
1 - Conivência com a corrupção
O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.
2 - O escândalo do Sivam
O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
3 - A farra do Proer
O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
4 - Caixa-dois de campanhas
As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
5 - Propina na privatização
A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
6 - A emenda da reeleição
O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.
7 - Grampos telefônicos
Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
8 - TRT paulista
A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.
9 - Os ralos do DNER
O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.
10 - O "caladão"

O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.
11 - Desvalorização do real
FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.
12 - O caso Marka/FonteCindam
Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.
13 - Base de Alcântara
O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado - todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
14 - Biopirataria oficial
Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.
15 - O fiasco dos 500 anos
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.
16 - Eduardo Jorge, um personagem suspeito
Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.
17 - Drible na reforma tributária
O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.
18 - Rombo transamazônico na Sudam
O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.
19 - Os desvios na Sudene
Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.
20 - Calote no Fundef
O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.
21 - Abuso de MPs
Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.
22 - Acidentes na Petrobras
Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.
23 - Apoio a Fujimori
O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.
24 - Desmatamento na Amazônia
Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.
25 - Os computadores do FUST
A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.
26 - Arapongagem
O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.
27 - O esquema do FAT
A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.
28 - Mudanças na CLT
A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.
29 - Obras irregulares
Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.
30 - Explosão da dívida pública
Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.
31 - Avanço da dengue
A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.
32 - Verbas do BNDES
Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
33 - Crescimento pífio do PIB
Na "Era FHC", a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.
34 - Renúncias no Senado
A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.
35 - Racionamento de energia
A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.
36 - Assalto ao bolso do consumidor
FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.
37 - Explosão da violência
O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.
38 - A falácia da Reforma agrária
O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.
39 - Subserviência internacional
A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.
40 - Renda em queda e desemprego em alta
Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.
41 - Relações perigosas
Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.
42 - Violação aos direitos humanos
Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.
43 - Correção da tabela do IR
Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.
44 - Intervenção na Previ
FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.
45 - Barbeiragens do Banco Central
O Banco Central - e não o crescimento de Lula nas pesquisas - tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.



Foi com essas dificuldades que a era FHC chegou ao seu fim em 2002, quando ocorreram novas eleições e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva do PT (Partido dos Trabalhadores) conseguiu em sua quarta tentativa a vitória para a presidência do Brasil.
   
  

“A  mão que pode destruir um planeta também pode salva-lo,
A boca que pode cometer a mais infame blasfêmia também pode bradar o maior dos louvores;
A pessoa que pode praticar uma grande maldade, pode fazer a maior benevolência; a psique, pode elevar ou descender o homem”
Denis Furlan.  



referencias: 
em 28/05/2017.
em 01/06/2017.



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